17 de jan. de 2014

The Advantages of Loving You - Capitulo 1

Minha tia.


– Demetria não, Demetria não – Murmurei baixo, só para eu – e Liz – escutar. 

A diretora do internato estava em pé na frente das quinze garotas – incluindo eu e Liz – nos olhando séria.

– Demetria por favor, compareça a minha sala – Ela disse séria, logo a seguir se virando em direção a porta.

Catorze garotas me encaravam, enquanto eu respirava fundo e me levantava da cadeira. Liz sibilou um "O que houve?" com os lábios. Sibilei de volta um "Eu não sei" e caminhei em direção a porta. A diretora me esperava impaciente, enquanto batia o pé ritmado. Fiquei a fitando, esperando alguma bronca ou coisa parecida.

– Na minha sala – Ela disse.

Concordei com a cabeça e a segui em direção a sua sala. Um silêncio enchia os corredores, apenas o barulho do salto da diretora e o barulho que meu tênis fazia. Comecei a suar frio, mas tentava me acalmar. Não tinha feito nada de mais para levar um castigo e eles não podiam me expulsar. Lembrei-me da lista branca onde deviam ter assinatura de algum responsável, permitindo minha saída do internato para férias, atestado ou outra coisa. Quando finalmente chegamos a grande porta escrita "Diretoria" meu coração disparou. Imaginei uma breve discussão de minhas notas que estavam despencando numa velocidade deplorável.

A diretora – Luciana – abriu a porta e fez menção para eu passar primeiro. Hesitei um pouco, mas entrei. A sala estava vazia, ou pelo menos, foi o que eu imaginei até encontrar sentada, uma mulher – bem bonita, a propósito – que sorria gentilmente e ficou totalmente paralisada quando me viu. Eu juro que aquele rosto era bem familiar.

– Sente-se Demetria – Luciana disse, totalmente séria e sentando-se na sua cadeira.

Bufei.

– Diretora – Tentei parecer a mais gentil possível. – Já disse... pode me chamar de Demi.

Ela me encarou por um tempo.

– Demetria, sente-se – Ela disse, arrumando uns papéis em sua mesa.

Bufei alto e me sentei em uma cadeira, não muito perto e nem muito longe da tal mulher.

– O que eu fiz? – Perguntei, novamente, demonstrando a maior gentileza e educação que consegui encontrar.

– Hoje, srta.Lovato, como a senhorita sabe, é o último dia de aula e como se lembra – Ela deu uma pausa. – a senhorita começava a permanecer no internato, junto com alguma de suas colegas.

Assenti com a cabeça, ainda me perguntando o que isso tinha a ver com a tal mulher, que escutava tudo com atenção.

– Entretanto, esse ano você recebeu uma assinatura.

Meus olhos se levantaram de repente, um brilho se iluminou nos mesmos.

– Pattie Mallette – Luciana estendeu a mão, apontando para a tal mulher. 

A olhei por uns minutos. Aqueles olhos... aquele sorriso meigo e sincero.

– Bem, Demetria – A diretora me tirou do transe. – Não sei se você sabia, mas Pattie é sua tia.

Aquela frase caiu como uma bomba na minha cabeça.

"Sua tia", "Pattie". Os sorrisos, os olhos...

– Minha tia? – Perguntei um pouco alto demais. 

Pattie ficou em silêncio, com uma cara como se já esperasse minha reação.

– Podemos conversar a sós diretora? – Pattie perguntou. 

Luciana a encarou, mas levantou-se da cadeira, nos encarou e saiu da sala. Esperei a porta fechar e me certificar que estava só eu e Pattie – ou minha tia – para lhe fitar, esperando alguma resposta.

– Então... – Falei, girando meu corpo, ficando frente a frente com Pattie.

Ela sorriu.

– Demi, está tão linda – Seus olhos marejaram um pouco.

– Obrigada – Falei devagar. 

Um silêncio tomou conta da sala.

– Ahn, poderia me explicar uma coisa? – Perguntei, passando a mão pelos meus cabelos.

Ela assentiu com a cabeça.

– Você é minha tia de verdade?

Ela riu.

– Por que eu mentiria?

– Sei lá – Dei de ombros. – Não me lembro de você. 

Ela pareceu aborrecida com isso.

– Me desculpa mas... – Me aproximei dela com a cadeira giratória.

– Não, eu me desculpo – Ela tentou sorrir. – Não estive presente em sua vida, você não tem obrigação de lembrar de mim.

Mordi o lábio inferior. 

Grande merda Demetria.

Parabéns.

– Ahn, por que não esteve presente na minha vida?

Ela me lançou um olhar de dar dó em qualquer pessoa.

– Sua mãe ficou grávida de Nicolas quando tinha dezessete anos – Pattie de repente levou as mãos aos lábios, como se tivesse dito algum palavrão cruel.

Sorri de lado, para que ela continuasse. Nico era meu ponto fraco, mas eu tinha que escutar tudo que ela tinha a me dizer.

– Como Kate era muito nova, nossos pais piravam, ainda mais porque seu pai era bem mais velho que Kate, acho que ele tinha uns vinte e dois anos – Houve uma pequena pausa. – Kate fugiu de casa e começou a morar com Robert. Três anos depois você nasceu – Ela sorriu animada. – Kate tinha vinte anos, então podia cuidar da própria vida. Eu fui a visita-la as vezes, eu até ajudei a escolher o seu nome – Ela sorriu orgulhosa.

Sorri, eu odiava meu nome, mas não podia demonstra-lo na frente da pessoa que tinha dado. 

– Mas, como você se afastou? 

– Quando sua mãe.. ela pediu para eu me afastar dela – Pattie disse. 

Olhei para os meus próprios tênis. 

– Quando ela... ficou doente? – Murmurei.

Pattie assentiu com a cabeça.

– E depois que ela foi internada – Pattie passou a mão pela testa. – Eu sempre a visito Demi – Ela disse depressa.

Fiquei em silêncio, eu encostei minha cabeça na poltrona e a fitava, esperando alguma outra coisa.

– Como você me achou? – Perguntei.

– Longa história – Ela sorriu. – Mas isso não importa no momento, só quero que você vá para casa comigo Demi.

Fiquei em silêncio. Eu me via saindo desse internato, durante dois meses inteiro, longe de tudo e de todos. Mas, sempre tinha aqueles defeitos. Morar com minha tia? Que eu acabei de conhecer?

– Você me lembra minha mãe – Murmurei, mas ela escutou.

– Aparência talvez – Ela sorriu. – Mas Kate tinha a personalidade mais forte.

Sorri, éramos parecidas pelo menos nisso.

– Sabe o que você me lembra nela? – Pattie perguntou. 

– O quê? – Perguntei curiosa.

– Ela também odiava ser chamada de Katerine, como você odeia ser chamada de Demetria.

Dei risada. De repente a porta se abre, a diretora estava lá parada.

– Conversaram? – Ela perguntou séria.

– Sim mas ainda tem mais alguma coisa a tratar – Pattie disse se levantando. – Demi, vai passar as férias em casa?

As duas me fitaram. Nesse momento me senti totalmente vigiada, como se todo mundo tivesse parado para escutar minha resposta.

Depois de minutos – que pareceram horas – assenti com a cabeça animada, fazendo Pattie sorrir de orelha a orelha.

– Ótimo, hoje às quatro horas eu te busco – Ela me puxou para um abraço.

O abraço dela... o abraço dela lembrava minha mãe.


...


– Você vai me deixar aqui? – Liz disse, totalmente irritada.

– Você devia estar feliz por mim – Fiz um bico.

– E estou – Ela alisou meu braço sorrindo. – É bom você encontrar alguém da sua família mas – Ela começou a apertar o meu braço. – Não quero ficar aqui sozinha!

– Liga pra sua mãe – Choraminguei, alisando meu braço vermelho.

– Nem morta – Ela gritou, se jogando em sua cama.

Fiquei alisando meu braço. Como uma garota de 15 anos podia ter aquela força? Gente.

– Olha Liz – Falei, me sentando na beirada da sua cama. – Eu finalmente encontrei a minha tia e eu... quero desfrutar disso antes que ela suma de novo.

– Eu sei, eu sei – Ela levantou a cabeça, me fitando. – Vou ligar pra minha mãe, pelo menos posso te visitar.

Sorri animada, ela bufou e pegou um celular antigo. Tínhamos esse celular apenas para ligações, e eram todos restritos pela diretora. Eita lugarzinho ruim.

– Alô? – Liz disse, se sentando na cadeira. – Oi mãe, tá, tá... ahn, posso passar com você nas férias? Não, claro que eu não to drogada, tá tá, também te amo – Ela desligou. – Satisfeita? Dois meses com a dona cor de rosa.

Sorri, assentindo com a cabeça, mas meu sorriso desapareceu com uma almofada que levei no rosto.

Oi oi oi! Espero que tenham gostado do primeiro capitulo, comentem, please! ><

2 comentários:

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